Projeto da UFMG em parceria com a FIEMG estimula estudantes de Engenharias a criarem soluções sustentáveis para a indústria
Um trio de estudantes de Engenharias da UFMG foi premiado, nesta sexta-feira (19), com uma visita guiada exclusiva pelo Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 (Centro 4.0) do SENAI, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O motivo do encontro foi a vitória dos alunos no ENG 200, projeto da UFMG em parceria com a FIEMG, que estimula o protagonismo estudantil.
Entre cerca de 450 alunos, Laura Fernandes, de 17 anos, universitária de Engenharia de Minas; Júlia Martins, de 19, e Lucas Carvalho Marques, de 20, ambos do curso de Engenharia Civil, participaram da mais recente edição do programa, que durou os últimos seis meses e teve como temas a Sustentabilidade e a Indústria 4.0.
Os três jovens pesquisadores desenvolveram um projeto para a produção de bebidas lácteas a partir do soro do leite, resultando em um produto com maior teor protéico, e que pode ser benéfico para públicos com restrições alimentares ou necessidades específicas. "Percebemos que há muito desperdício, principalmente do soro. Por isso, criamos nosso produto à base dele", contou Laura.
Ela e os colegas foram recebidos pelas equipes do Senai, além da Educação e Meio Ambiente da FIEMG, no Centro 4.0. Eles conheceram e acompanharam de perto o funcionamento dos equipamentos de todas as salas do complexo, que é o único no Brasil dedicado exclusivamente à Indústria 4.0. Além disso, eles participaram de um curso sobre sustentabilidade com o coordenador de Gestão e Tecnologias Ambientais da FIEMG, João Vítor Souza.
A Indústria 4.0 é chamada de Quarta Revolução Industrial. Ela é composta pela automação industrial e pela integração de diferentes tecnologias - como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem. O objetivo é digitalizar as atividades industriais, aumentando a produtividade e melhorando processos.
"Ver a prática do IoT (Internet das Coisas), e ver tudo funcionamento automaticamente, com a interface ajudando com o trabalho humano, foi o mais interessante", contou Laura. Lucas também aprovou o passeio. "A gestão e a eficiência dos mecanismos de produção foi o que mais me interessou. Eu planejo trabalhar com isso em indústrias. Achei a tecnologia empregada muito maior do que eu imaginava que existisse", disse.
Para Júlia, tanto a visita quanto a participação no ENG 200 pelo último semestre foram oportunidades que abriram a mente para novas possibilidades profissionais. "Desenvolvendo o projeto de criação da bebida eu comecei a pensar sobre o trabalho de pesquisa. Achei super legal. E vi que gosto mais da parte de planejamento, de desnvolver a ideia, o protótipo em si", relatou.
ENG 200 e FIEMG
O ENG 200 é um projeto da UFMG em parceria com as gerências de Educação e Meio Ambiente da FIEMG, áreas que oferecem treinamentos e mentorias aos estudantes durante o semestre em que eles estão participando das atividades.
Como explica Marcela Campos, responsável pelo Núcleo de Educação da Federação, a iniciativa busca estimular o protagonismo dos alunos, permitindo que eles tenham uma mudança no mindset (pensamento), conhecendo desafios teóricos e práticos, e entendendo o papel deles na sociedade e como engenheiros.
"O ENG 200 chegou para nós para que mostrássemos como a FIEMG se preocupa com a sociedade, com os problemas estruturais e ambientais, e como esses alunos, essa juventude que está chegando na engenharia, pode colaborar para resolver esses problemas", afirmou Campos.
A FIEMG participa do ENG 200 desde 2020. Até o momento, foram 12 desafios em que a Federação contribuiu com o projeto universitário. "Estamos juntos para ter uma indústria mais forte e uma sociedade mais conhecedora desses assuntos, com esses alunos mais protagonistas das carreiras", completou.
O coordenador de Gestão e Tecnologias Ambientais da FIEMG, João Vítor Souza, acrescentou que a participação da Federação é enriquecedora porque permite que os universitários desenvolvam ideias que trabalhem os desafios da sustentabilidade.
"Além disso, a gente traz uma visão prática, da engenharia aplicada. Como temos essa vivência industrial, de aplicar a sustentabilidade na prática, a gente consegue levar essa visão para eles", declarou João. "A indústria não pode caminhar longe do meio ambiente. Tudo que fizerem como engenheiros deverá ser conciliado com sustentabilidade", completou.
Por fim, a Analista Ambiental da FIEMG, Kamila Vilela, ainda explicou que, além de ampliar o conhecimento dos universitários sobre inovação e sustentabilidade, o ENG 200 também "deixa os alunos mais engajados e motivados dentro dos cursos de Engenharia".
Centro 4.0
O Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 do SENAI Minas Gerais é o parceiro da indústria na transformação digital. São especialistas e equipamentos que qualificam a mão de obra dos profissionais que conduzirão esse processo dentro das fábricas, incluindo a pesquisa de soluções estratégicas para a nova revolução industrial.
O espaço, composto por ambientes como Fábrica 4.0, Senai Lab, Laboratório de IoT e Cloud, Lean Manufacturing, Laboratórios de Simulação digital, Laboratórios de Programação e Analytics, eLaboratórios de Tecnologias de Automação e Informação, atende à demanda das indústrias que desejam embarcar nessa nova realidade que é a quarta revolução industrial.
A visitação dos empresários que quiserem conhecer todas as possibilidades do Centro 4.0 pode ser feita por meio de agendamento de visitas pelo endereço eletrônico senai40@fiemg.com.br.
Fonte: FIEMG
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