No contexto das Cidades Inteligentes, os gêmeos digitais conseguem representar virtualmente uma cidade, com realismo e dinamismo. Toda vez que o gêmeo físico (a cidade) muda algo, o gêmeo digital se atualiza. Com as informações coletadas, a ferramenta também é capaz de analisar esses dados e indicar soluções para os problemas encontrados.
“Os gêmeos digitais são uma réplica viva da cidade, fornecendo para o gestor, o presente, o passado e o futuro do município. Não é apenas uma maquete estática, mas sim uma réplica digital animada e realista, que possibilita a interatividade, através da realidade virtual, onde pode se ver, por exemplo, todo o fluxo e a dinâmica do trânsito da cidade. São inúmeras as possibilidades de aplicação dos gêmeos digitais para melhorar a eficiência dos serviços públicos e a qualidade de vida dos cidadãos”, explicou Charles Stempniak, CEO da Automa Vision.
A Automa Vision é uma startup criada no ano passado, com uma equipe que tem 30 anos de experiência em desenvolvimento de software de inteligência artificial. A empresa foi uma das seis selecionadas no Edital Smart Vitrine do Programa Vila A Inteligente.
De acordo com Stempniak, os gêmeos digitais serão cada vez mais utilizados pelos gestores públicos e também pelas empresas. A ideia é, inicialmente, trabalhar um modelo para ajudar a melhorar a mobilidade do Bairro Itaipu A. O gêmeo digital será desenvolvido a partir de imagens aéreas e das câmeras de segurança disponíveis na região.
“Já temos amostras de 60 câmeras de videomonitoramento instaladas no bairro. Nossa tecnologia consegue transformar as imagens dessas câmeras em uma realidade virtual animada, semelhante a de um videogame 3D, de imersão no Metaverso, mas com cenas e detalhes extraídos da realidade da Vila A. Os veículos e as pessoas serão representados como avatares tridimensionais, com características semelhantes às das imagens captadas pelas câmeras, sem, no entanto, identificar os cidadãos individualmente. Será possível interagir com a maquete virtual a fim de criar simulações para apoiar políticas públicas, por exemplo, para o trânsito, segurança e defesa civil”, disse o CEO da Automa Vision.
Segundo Charles, o sistema inteligente será capaz de detectar, interpretar e reproduzir os diferentes padrões de comportamento dos veículos e das pessoas no espaço público, visando a otimização da mobilidade e a melhoria da cidade como um todo. “Podemos simular mudanças físicas a partir desse sistema, que conta com dados, análises precisas, antes, durante e depois de eventuais intervenções. Desse modo, as propostas para melhorias no bairro serão mais maduras e consistentes”, explicou.
Inovação
Para Rafael Deitos, diretor técnico do PTI-BR, o Programa Vila A Inteligente tem grande potencial para atrair cada vez mais startups, empresas de tecnologia e investidores para Foz do Iguaçu, mas também deverá exportar sua expertise para outras regiões brasileiras.
“Estamos abrindo o SandBox da Vila A para as startups testarem e validarem seus produtos e serviços. Até o final do ano, serão 6 empresas implementando aqui suas soluções. Ao mesmo tempo, estamos recebendo grande número de autoridades de outros municípios interessados na experiência que temos no Parque. Isso torna Foz do Iguaçu uma referência nacional em Cidades Inteligentes”, disse Deitos.
Futuras aplicações
De acordo com Charles Stempniak, futuramente, há outras possíveis aplicações para os gêmeos digitais em Foz do Iguaçu, principalmente, nas áreas de segurança, turismo, comércio, planejamento, desenvolvimento urbano, meio ambiente e educação.
“Os gêmeos digitais podem ser usados em escolas para as crianças criarem e experimentarem novas soluções para a cidade. É possível testar e simular ações e ver os seus efeitos práticos através da realidade virtual (Metaverso). Nas áreas de turismo e comércio, podemos utilizar para as pessoas encontrarem e interagirem mais facilmente com alguns serviços (pontos turísticos, bares, restaurantes, supermercados, barbearias etc). Na área de segurança pública, podemos gerar e analisar os dados históricos para mapear acidentes e ocorrências policiais, antecipando e até evitando que ocorram novamente, além de poder ajudar na elucidação dessas ocorrências. O uso de inteligência artificial e da realidade virtual, pelos gestores da cidade, abre um universo de novas possibilidades e traz ferramentas práticas e poderosas, para as autoridades tomarem as melhores decisões em tempo hábil”, disse Charles Stempniak.
Fonte e imagens: Startupi
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