As empresas estão sonhando grande, mas para acompanhar a tendência atual do metaverso, elas precisam de uma nova abordagem para a infraestrutura digital.
O conceito de metaverso remonta a décadas, mas a animação em relação a este tema nunca foi maior do que é agora. O Facebook deu início ao movimento quando anunciou sua nova marca Meta, sinalizando que vai basear o futuro da empresa no metaverso. Depois disso, muitos outros anúncios sobre metaverso apareceram em rápida sucessão. Mais recentemente, a Microsoft falou sobre o seu plano de adquirir a Activision Blizzard, dizendo que ela “fornecerá os blocos de construção para o metaverso.”
É fácil ficar animado com as possibilidades do metaverso: Engenheiros automotivos podem realizar testes de colisão virtual (sem necessidade de manequins de teste); grandes varejistas estão expandindo para comercializar produtos virtuais e criptomoedas; empresas de jogos virtuais estão introduzindo recompensas virtuais que podem ser vendidas por dinheiro real ou salvas em carteiras de criptomoedas.
No entanto, se o metaverso vai ser tão transformador quanto a internet e as redes sem fio móveis que surgiram antes dele — e não vejo razão para que não seja — as empresas devem se questionar seriamente sobre como vão conseguir chegar lá. O metaverso é a tecnologia do amanhã e não podemos alcançá-lo utilizando a infraestrutura de TI do passado. Até que as empresas se libertem da abordagem tradicional de TI e a substituam por uma infraestrutura digital modernizada e distribuída, elas não serão capazes de realizar a verdadeira promessa do metaverso.
Raja Koduri, da Intel, argumentou que dimensionar uma informatização persistente, imersiva e em tempo real globalmente para apoiar o metaverso exigirá eficiência computacional 1.000 vezes maior do que o estado da arte atual pode oferecer, e é difícil discordar de sua avaliação. Renderizar avatares de forma realista em um mundo virtual e permitir que os usuários interajam com objetos e outros avatares nesse mundo virtual — tudo em tempo real — exigirá a captação, transmissão, análise e representação de quantidades verdadeiramente alucinantes de dados com latência extremamente baixa. Vimos empresas conseguirem isso para demos e um pequeno número de adeptos iniciais, mas ainda há muito mais a fazer antes que o metaverso possa se popularizar.
O metaverso é o futuro, mas esse futuro depende da infraestrutura digital
Os “verdadeiros adeptos” do metaverso parecem pressupor que as atualizações necessárias de infraestrutura simplesmente ocorrerão como resultado natural do progresso tecnológico. Questiono essa linha de pensamento: as empresas certamente têm a oportunidade de implantar uma infraestrutura digital que esteja pronta para o metaverso, mas precisam ser proativas para que isso aconteça.
O Volume 5 do Global Interconnection Index (GXI) inclui dados sobre como as organizações em todo o mundo estão aumentando a largura da banda de suas interconexões à medida que trabalham para enfrentar seus desafios mais urgentes. Os dados podem nos ajudar a entender como uma infraestrutura digital otimizada — que reúna e interconecte recursos físicos e virtuais de computação, armazenamento e rede, juntamente com aplicativos avançados e serviços em nuvem — pode ser uma fonte incomparável de vantagem competitiva.
Além disso, o GXI mostra como os líderes digitais estão enfatizando todos os três componentes da infraestrutura digital: o núcleo digital, o ecossistema e a borda. Cada componente da infraestrutura digital tem um papel a desempenhar na habilitação do metaverso.
O núcleo digital: derrubando as barreiras
As arquiteturas tradicionais de TI eram baseadas em data centers compartimentados e centralizados; todas as transações fluíam por meio desses data centers, independentemente de onde elas tivessem origem. O núcleo digital de hoje é diferente: apenas certas cargas de trabalho críticas precisam ser implantadas no núcleo, mas mesmo esses sistemas locais podem ser adjacentes à nuvem, permitindo que eles explorem serviços de Nuvem transformadores de forma rápida e fácil. Além disso, os ambientes digitais principais permitem modelos OPEX, que podem ajudar as empresas a equilibrar seus sonhos de metaverso em relação às suas realidades financeiras.
O ecossistema digital: unindo-se para superar desafios
Construir o metaverso é um desafio muito grande para uma empresa pensar em empreender sozinha. O fornecimento das competências e das capacidades de que o metaverso precisa exigirá um ecossistema de parceiros trabalhando em conjunto. Esse ecossistema incluirá provedores de serviços em nuvem que ajudem a dimensionar rapidamente a informatização e permitam a migração rápida e confiável de dados, provedores de serviços de rede que ajudem a remover os obstáculos e a virtualizar funções-chave, e parceiros de interconexão sem fornecedores específicos que reúnam todo este esforço.
A borda digital: encontrar os usuários onde eles estão
Implantar infraestrutura digital na borda é um passo fundamental para tornar o metaverso possível. Os locais de borda são a ponte entre os mundos virtual e físico; as empresas implantam infraestrutura nesses locais para chegar o mais próximo possível do maior número de usuários.
Quando os conjuntos de dados são tão grandes quanto os criados pelo metaverso, movimentar esses dados entre usuários e hubs de TI centralizados cria níveis inaceitáveis de latência. A infraestrutura na borda permite que os dados permaneçam locais, mantendo assim a latência gerenciável.
Por Wellington Lordelo, gerente sênior de Segment Marketing da Equinix.
Fonte e imagem: InforChannel
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