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Hospital no interior de Minas Gerais realiza primeira cirurgia robótica torácica


Com o objetivo de entregar procedimentos menos invasivos, a medicina já conta com uma nova técnica: a cirurgia robótica. Com ela, o médico pode realizar uma operação onde ele controla as ações do robô por meio de um console, como se fosse sua própria mão, porém com visão tridimensional, importante para dar a dimensão de profundidade, e garantindo, portanto, mais segurança.


Em Uberlândia, interior de Minas Gerais, o Hospital UMC deu mais um importante passo tecnológico nesse sentido, sobretudo, no tratamento de câncer de pulmão. No último sábado (12), o hospital conduziu, pela primeira vez na cidade, uma pneumonectomia direita robótica. A cirurgia, que durou aproximadamente três horas, foi considerada um sucesso e abre caminho para novos procedimentos do gênero no hospital.


A paciente, uma mulher de 71 anos com uma massa pulmonar (aumentada), se recupera bem. Tanto o tempo de duração da cirurgia robótica, como o de recuperação são menores se comparados às cirurgias tradicionais, como explica o Dr. Rodrigo Miquelanti, que cita outras vantagens do procedimento. “Alguns dos benefícios associados a esse tipo de técnica são o menor tempo de internação e de necessidade de dreno torácico, menor perda sanguínea e necessidade de transfusão, dissecção cirúrgica mais precisa, recuperação mais rápida e com menos complicações”, explica Dr. Rodrigo Miquelanti, cirurgião que participou do procedimento.


Na cirurgia torácica, especificamente, a tecnologia robótica pode ser utilizada em procedimentos como ressecções pulmonares (lobares e sublobares) para neoplasias de pulmão; doenças inflamatórias/infecciosas; tumores e cistos do mediastino em todos os seus compartimentos; ressecção do primeiro arco costal e também, a cirurgia diafragmática.


Cirurgias das patologias diagramáticas e mais recentemente os procedimentos no estreito superior do tórax, também podem ser realizados. Segundo o hospital, “a qualidade da imagem 3D e o alto grau de liberdade de movimentos permitidos pela plataforma garantem um procedimento seguro e de alta qualidade técnica”.


Para Miquelanti, a utilização de robôs em cirurgias garante maior segurança, principalmente em cirurgias complexas como as realizadas após quimioterapia ou radioterapia e com taxas significativamente inferiores de conversão para cirurgia aberta. O cirurgião acredita que essa técnica cirúrgica será, em breve, o padrão ouro para intervenções torácicas. “A robótica é mais uma ferramenta para tratar o câncer de pulmão de forma segura e eficaz, algo de grande relevância por se tratar de uma patologia tão comum, atualmente a maior causa de morte por neoplasias no Brasil. Com o robô, os tremores fisiológicos são neutralizados pelo sistema robótico garantindo possibilidade de ressecção completa também dos linfonodos associados à patologia”, conclui.

Robô Da Vinci utilizado nas cirurgias robóticas.

Ao Startupi, o Hospital contou que as três primeiras cirurgias robóticas realizadas por ele aconteceu em 31 de agosto de 2019, quando o UMC anunciou a chegada do robô Da Vinci, em uma parceria com o Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas da Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA).


Depois de quase um ano, em 26 de agosto de 2020, o hospital completou sua centésima cirurgia. “Até esta data, os principais procedimentos realizados nesta modalidade foram a prostatavesiculectomia radical, prostatectomia, retossigmoidectomia abdominal e colectomia parcial, sendo que 67% das cirurgias foram realizadas em homens. Além dos tratamentos urológicos, outras especialidades são atendidas pelo UMC, como cirurgia geral, oncológica, ginecológica e bariátrica”.


Para realizar a cirurgia robótica é necessário que o médico passe primeiramente por um treinamento. Essa qualificação, que anteriormente estava disponível só no Estados Unidos, já pode ser feita aqui no Brasil desde 2018. “No UMC, dois cirurgiões já são certificados há aproximadamente 10 anos e outros quatro já receberam a certificação, e os treinamentos são constantes”, conta o Hospital.


Para garantir ainda mais segurança durante o procedimento, a máquina também tem dispositivos que impedem movimentos acidentais bruscos e, por ter uma rotação de 360°, alcança espaços e estruturas internas com mais eficácia e menos danos.


Para o diretor administrativo e financeiro do Hospital UMC, Dr. Alexandre de Menezes Rodrigues, este é mais um avanço da medicina uberlandense. “Esse procedimento comprova o caráter inovador e o cuidado centrado no paciente, marcas registradas do Hospital UMC, que há um ano está habilitado a fazer cirurgias robóticas em diversas especialidades. Neste período mais de 100 cirurgias foram realizadas pela nossa equipe, levando aos nossos pacientes o melhor tratamento e rápida recuperação. Fazemos da tecnologia um instrumento para diagnóstico e prevenção, com foco nas necessidades humanas e nas particularidades de cada paciente”, destacou o diretor.


Ainda segundo o Hospital, o objetivo é expandir este atendimento para todas as cirurgias robóticas possíveis. “Trata-se de um recurso avançado, com atributos que beneficiam expressivamente o paciente e a atuação médica”.



Para ajudar o Hospital com essa missão, seus profissionais contam também com o UMC Tech, hub de inovação do UMC que desenvolve produtos e alimentam a estrutura de inteligência em saúde do UMC e desenvolve projetos de relevância nacional e internacional, além do Eurolatino Medical Research, centro de pesquisa reconhecido pelo FDA (Food and Drug Administration), e que dispõe de tecnologia de ponta para realização de pesquisas clínicas e etapas finais de validação no desenvolvimento de novas hipóteses de tratamento das enfermidades.


Sobre o avanço da tecnologia na medicina, em geral, durante os últimos anos, o UMC afirma ser algo marcante. Para a equipe, “investir em tecnologia é entregar saúde com qualidade e segurança aos pacientes, privilegiando os avanços tecnológicos e científicos com foco na qualidade da assistência”.


No Brasil, segundo o presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), existem mais de 500 mil tecnologias médicas em uso atualmente.


Fonte e imagens: Startupi

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