Cooperação entre MCTI, FAPESP e CGI.br prevê implantação de dois novos centros que vão atuar no desenvolvimento de pesquisas e aplicações em Inteligência Artificial
Uma nova chamada pública de propostas para a criação de dois Centros de Pesquisas Aplicadas (CPAa) em Inteligência Artificial no Brasil foi lançada nesta quinta-feira (14). A iniciativa faz parte do Convênio de Cooperação Científica e Tecnológica entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A chamada deverá selecionar até dois centros, que deverão atuar no desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológica e de inovação, aplicadas e orientadas à resolução de problemas com inteligência artificial.
De acordo com o edital, os CPAs serão contratados por um período de cinco anos, renováveis por mais cinco, de acordo com os resultados mensurados. Cada centro poderá solicitar, no máximo, R$ 1 milhão por ano para a FAPESP, devendo contar com a contrapartida de mais R$ 1 milhão de uma instituição parceira, além de outras fontes de recursos. Pelo menos um dos centros deverá ser sediado em São Paulo.
Um dos centros terá como foco pesquisa em IA aplicada à segurança da informação e segurança cibernética. O outro terá uma agenda focada em temas como aprendizado de máquinas, sistemas autônomos e robótica. As propostas deverão ser encaminhadas até 1 de fevereiro de 2022 e o resultado divulgado a partir de agosto de 2022. A primeira chamada, lançada em 2020, selecionou seis propostas de CPAs em Inteligência Artificial.
Durante a cerimônia de anúncio da chamada, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, destacou a importância da parceria e necessidade de o país investir em inteligência artificial, em pesquisadores e empreendedores da área. “A inteligência artificial está presente no dia a dia e estará cada vez mais.”
Segundo o ministro, a tecnologia, a ciência e a inovação serão essenciais para a recuperação e o desenvolvimento de todos os países no período pós-pandemia. “Tenho certeza que esse programa vai demonstrar resultados práticos da ciência e convencer os tomadores de decisão da importância de manter investimentos em projetos de tecnologia.”
Para o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, o Brasil e o mundo caminham para uma nova fase depois da ruptura provocada pela pandemia, tendo a agenda digital como um dos principais eixos. “Em todo o mundo, os países estão estabelecendo agendas de transição digital, inteligência artificial e robótica. Nós estamos provendo a ciência, a tecnologia e a inovação brasileira com recursos para essa retomada”.
O coordenador do CGI.br, Márcio Migon, destacou a capacidade das tecnologias aplicadas à IA serem molas propulsoras do desenvolvimento do país. “Uma enorme evolução digital está sendo vivenciada pela sociedade durante a pandemia. Há um esforço do CGI para criar mecanismos inovadores para irrigar a comunidade científica e acadêmica.”
Recursos humanos
As propostas dos dois novos centros devem demonstrar um forte comprometimento para a formação de recursos humanos na área. Assim, o plano deve incluir uma seção indicando a estratégia para formação de recursos humanos altamente qualificados em Inteligência Artificial.
A chamada de propostas prevê que os CPAs também deverão procurar agregar pesquisadores em torno de questões de pesquisa fundamentais ou orientadas para aplicações para se transformar em um Centro de Classe Mundial em Pesquisa. As atividades dos centros também deverão contribuir para a formação de recursos humanos qualificados em Inteligência Artificial para o país.
Para assegurar a apropriação dos resultados das pesquisas pela sociedade, o centro deverá conectar diferentes atores e instituições: pesquisadores, estudantes, instituições de pesquisa, agências de fomento nacionais e internacionais, pequenas e grandes empresas, governo, imprensa e sociedade. Os CPAs terão de estabelecer uma estratégia clara para acelerar a convergência de esforços de pesquisa e sua apropriação pela sociedade. O modelo dos centros possui dois mecanismos para acelerar essa convergência: inovação e difusão. Um plano de estratégias para implementar esses mecanismos deverá ser formulado e apresentado.
Fonte e imagens: MCTI
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