O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) criou a plataforma inteli.gente para que municípios brasileiros se cadastrem e recebam um diagnóstico de seu nível de maturidade no quesito “cidades inteligentes e sustentáveis”.
O objetivo é propor diretrizes por meio de eixos de atuação e indicadores de desempenho das cidades para elaboração de uma política nacional customizada aos municípios brasileiros e alinhada aos padrões internacionais de desenvolvimento definidos pelo Modelo de Maturidade para Cidades Inteligentes da União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês), agência das Nações Unidas para Tecnologias da Informação e Comunicação.
A pesquisadora Luísa Paseto, bolsista de pós-doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), é representante do Brasil no grupo técnico SG20/Q7, do ITU, e uma das responsáveis por adaptar esse modelo internacional para a plataforma digital inteli.gente do MCTI.
Paseto tem como supervisor André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, professor do ICMC-USP. O projeto de pós-doutorado, “Transformação digital sustentável frente aos desafios da oferta de serviços e aplicações inteligentes à população”, está alinhado à Rede Inteligência Artificial Recriando Ambientes, apoiada pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.
A pesquisa de Paseto está contribuindo com a construção e a análise dessa base de dados da plataforma inteli.gente. Ela conta que o primeiro passo foi a implantação e adaptação da plataforma baseada no modelo internacional proposto pela ITU, estabelecendo critérios para diagnóstico e determinação do nível de maturidade de uma cidade nas dimensões econômica, ambiental, sociocultural e capacidades institucionais. As quatro dimensões estão divididas em sete níveis de maturidade, medidos por um conjunto de indicadores e qualificadores-chave.
“Todos os municípios devem acessar a plataforma e fazer parte dessa rede, preenchendo seus dados e respondendo fielmente aos itens da plataforma, reconhecendo problemas-chave para cada uma das áreas. Essa é a primeira etapa para que possamos reconhecer trilhas para a transformação que traga melhorias para as cidades e sua população, algumas delas usando inteligência artificial, nos diferentes níveis de planejamento, alinhamento, desenvolvimento, integração e otimização das cidades a fim de aperfeiçoarmos a dinâmica de transformação digital e desenvolvimento urbano brasileiro”, conta a pesquisadora.
Ainda segundo Paseto a iniciativa inédita permite criar e manter um banco de dados atualizado que reflita a realidade dos municípios brasileiros, com os resultados disponíveis de forma detalhada para os gestores municipais, estaduais e federais, com recomendações de ações e políticas públicas.
Os resultados do trabalho também chegarão à ITU, colaborando com a comparabilidade internacional das cidades e soluções de processo de estudo de concorrência para o desenvolvimento das cidades, melhorando a qualidade de vida da população.
Por: InvestSP
Fonte: Agência FAPESP
* Com informações da Assessoria de Comunicação do CeMEAI.
Comments